Google cai abaixo dos 90% de participação nas buscas pela 1ª vez em uma década

Pela primeira vez em dez anos, o Google registrou menos de 90% de participação no mercado global de buscas. Segundo dados do StatCounter, o buscador atingiu 89,71% de market share em março de 2025, somando todas as plataformas. No ambiente desktop, a situação é ainda mais delicada: a fatia caiu para 79,14%.

Embora a queda de 1% pareça pequena, representa cerca de 55 milhões de pessoas migrando para mecanismos de busca alternativos — considerando os estimados 5,5 bilhões de usuários globais de internet. Isso significa que uma em cada dez pessoas no mundo está optando por soluções que não envolvem o Google.

Diversos fatores podem estar impulsionando esse movimento. Um dos principais é o avanço dos chatbots de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT e o Copilot, que oferecem respostas diretas e dispensam a necessidade de clicar em links — algo que vai contra o modelo tradicional do Google. Apesar do lançamento do Gemini, a big tech ainda enfrenta dificuldades para competir nesse novo paradigma.

Outro ponto relevante é o crescente interesse por buscadores que priorizam a privacidade, como DuckDuckGo, Startpage e o próprio Ecosia. Esses serviços têm ganhado popularidade, especialmente em países da União Europeia, onde a Lei dos Mercados Digitais (DMA) obriga fabricantes a oferecerem aos usuários a escolha de navegador e buscador padrão. O impacto é notável: nos últimos três anos, a fatia de mercado do Google na UE caiu de 87,08% para 77,78%.

Usuários também apontam a queda na qualidade dos resultados como um motivo para buscar alternativas. Em fóruns como o Reddit, há críticas de que boa parte da primeira página de resultados do Google é ocupada por conteúdo gerado por IA e otimizado para anúncios — com baixa utilidade real.

Apesar da pressão crescente, o Google ainda mantém uma posição dominante no mobile, onde sua participação chega a 94%. Isso se deve, em parte, ao fato de que navegadores móveis como Safari, Opera e Samsung Internet não são obrigados, pela DMA, a questionar o usuário sobre seu buscador padrão.

Fonte: Tecnoblog

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