O acordo para a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos foi suspenso após a China sinalizar objeção à negociação. A medida, segundo fontes próximas ao tema, seria uma resposta direta às tarifas comerciais impostas recentemente pelo presidente norte-americano Donald Trump.
A operação previa a criação de uma nova empresa para abrigar as atividades do TikTok em solo americano. Esse novo braço teria controle majoritário de investidores dos EUA, enquanto a chinesa ByteDance manteria uma participação minoritária inferior a 20%. As tratativas estavam praticamente finalizadas até a última quarta-feira, com aprovação dos atuais e futuros investidores, além do aval inicial do governo norte-americano.
Apesar disso, a posição de Pequim interrompeu o avanço. Trump declarou a jornalistas, durante um voo no Air Force One, que a China alterou os termos do acordo após o anúncio das novas tarifas. “Tínhamos algo muito próximo de um acordo, mas eles mudaram tudo. Se eu oferecesse um pequeno desconto nas tarifas, esse acordo seria aprovado em 15 minutos. Isso mostra o poder das tarifas”, afirmou o presidente, segundo a agência AFP.
Na última sexta-feira (4), Trump prorrogou por mais 75 dias o prazo para que a ByteDance conclua a venda dos ativos do TikTok a um comprador não chinês. Caso contrário, o aplicativo será banido dos Estados Unidos, conforme determinação de uma lei aprovada em 2024.
A ByteDance, no entanto, divulgou no sábado um comunicado por meio da rede social WeChat, afirmando que ainda existem divergências relevantes com o governo norte-americano. “As duas partes têm diferenças significativas em vários pontos-chave. Continuamos em negociações, mas não há consenso até o momento”, declarou a empresa, ressaltando que o acordo precisa passar por revisões conforme as leis chinesas.
Procurada, a Embaixada da China em Washington reafirmou sua posição contrária à venda nos moldes atuais, destacando que defende os direitos legítimos de suas empresas e se opõe a práticas que contrariem os princípios do livre mercado.
A Associated Press foi a primeira a reportar a oposição oficial da China ao acordo. Nas redes sociais, Trump voltou a justificar a extensão do prazo, afirmando que o acordo ainda precisa de ajustes para ser aprovado. “Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, embora eles não estejam exatamente satisfeitos com nossas tarifas recíprocas.”
Fonte: G1