Desde o lançamento do Gemini 2.0 Flash, no final de janeiro, usuários ao redor do mundo vêm explorando seus recursos avançados. Na última semana, um uso inesperado ganhou destaque: a remoção de marcas d’água de imagens.
Embora o Gemini seja projetado principalmente para processamento de texto, a nova versão também aprimorou sua capacidade de geração e edição de imagens, graças ao modelo Imagen 3. Isso levou usuários a testarem a ferramenta para remover marcas d’água, com relatos de sucesso compartilhados em plataformas como X e Reddit. As demonstrações indicam que a IA pode apagar tanto marcas discretas quanto aquelas que cobrem toda a imagem, ainda que pequenos vestígios possam permanecer.
Atualmente, essa funcionalidade só está acessível via ferramentas de desenvolvimento, como o Google AI Studio. Se estivesse disponível na versão web ou no aplicativo do Gemini, a prática poderia se popularizar rapidamente, ampliando o impacto do problema.
Questões legais e possíveis restrições
A remoção de marcas d’água levanta preocupações sobre violações de direitos autorais, especialmente porque bancos de imagens, como Shutterstock e Getty Images, exigem pagamento de licenças para o uso de suas fotografias sem restrições. Por isso, concorrentes do Google, como OpenAI (GPT-4o) e Anthropic (Claude 3.7 Sonnet), já implementaram bloqueios para evitar esse tipo de uso.
O Google ainda não informou se pretende adotar restrições semelhantes no Gemini 2.0 Flash, mas a pressão para isso deve aumentar. Nos Estados Unidos, remover marcas d’água sem autorização pode infringir leis de direitos autorais, o que coloca a empresa em risco de ações judiciais. Além disso, o próprio Google classifica os recursos de edição do Gemini como experimentais, o que sugere possíveis ajustes futuros.
Curiosamente, enquanto permite a remoção de marcas d’água de terceiros, o próprio Gemini adiciona seu logotipo às imagens que gera ou edita, um detalhe que reforça a contradição do sistema.
Fonte: Tecnoblog